Registros das câmeras de segurança do Palácio do Planalto capturaram a
ação do general Marco Edson Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência, durante a invasão da sede do
Executivo em 8 de janeiro.
Os vídeos do circuito interno mostram o militar caminhando pelo corredor da antessala do gabinete presidencial antes de se juntar aos manifestantes. As imagens mostram que, aparentemente, ele forneceu instruções para o grupo que havia acabado de vandalizar as dependências oficiais deixarem o local.
Servidores do GSI
também aparecem nas gravações, escoltando os invasores. Outra câmera
próxima ao relógio de Balthazar Martinot, que já havia sido destruído,
mostra outro funcionário de Dias conversando com os vândalos enquanto
eles saem pela escada de serviço.
As imagens foram obtidas pela Jovem
Pan e fazem parte de um conjunto de 22 câmeras com mais de 160 horas de
gravações que foram mantidas em sigilo pela Presidência. Elas oferecem
uma visão ampla dos eventos daquele fatídico domingo e permitem
compreender a dinâmica da invasão ao Palácio do Planalto.
As câmeras
registraram tentativas de arrombamento de um caixa eletrônico, o uso de
mangueiras de incêndio para alagar os andares, e como um pequeno grupo
conseguiu entrar no gabinete de Lula, acompanhado por fotógrafos de
veículos de mídia.
Após a divulgação das imagens, o general Gonçalves
Dias cancelou sua participação em uma audiência na Comissão de Segurança
Pública da Câmara dos Deputados, citando razões de saúde.
O GSI afirmou
em nota que as imagens apenas mostram a atuação dos agentes de
segurança para evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto
e concentrar os manifestantes no segundo andar, onde eles foram presos
depois que o pelotão de choque da PM/DF chegou. A conduta dos agentes do
GSI está sendo investigada em uma sindicância interna.
Crédito: Jovem Pan